Conta o professor Gino Miranda, nascido na localidade Corte,
quase ao pé da serra do Torreão, que, durante muitos e muitos anos, corria à
boca pequena que, na década de vinte do século passado, um certo Júlio dos
Matias, dado a pitar um inseparável cachimbo - de onde saíam abundantes
baforadas -, mulato muito querido e conhecido em Baixa-Verde, por conta das
suas histórias fantasiosas, gostava muito de caçar na serra. Os amigos sempre o
preveniam dos riscos que corria, visto que uma onça habitava o lugar. Certo dia
o mulato Júlio foi caçar e não retornou à noite, como era de costumes.
Apreensivos, os amigos e familiares foram à sua procura logo
que raiou o dia e só encontraram os seus restos mortais graças a uma fumacinha
que saía do cume da serra, onde fica a chamada pedra do urubu. Tal fumaça foi
entendida como sendo um indicativo do local onde o corpo estava e teria saído,
segundo os supersticiosos, do cachimbo do velho. Assim nasceu a lenda do
Torreão Cachimbando, que na época servia para explicar o fenômeno meteorológico
que ocorre nas serras em época de grandes invernadas, em dias mais frios,
principalmente nas primeiras horas do dia, quando o cume da serra amanhecia todo
envolvido por uma densa camada de nuvens, que se desfazia logo que o sol
começava a esquentar.
Muitas pessoas diziam também que os estrondos que davam em
Baixa-Verde eram por conta de uma cama de baleia que havia debaixo da serra.
Segundo a crendice popular, o local, muito antigamente, fora mar e um grande
reservatório de água se escondia por sob a serra. Nesse reservatório, morava
uma baleia gigante que, quando se movia, provocava os estrondos.
FONTE: http://www.cmjoaocamara.rn.gov.br/historia_serra_do_torreao.php
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