FATOS POLICIAIS

segunda-feira, 24 de julho de 2023

A SERRA DO TURRIÃO - JOÃO CÂMARA

 


A SERRA DO TURRIÃO , MUNICÍPIO DE JOÃO CÂMARA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

 

Situada no município de João Câmara, a 80 km da capital e pertencente à região do Mato Grande, a serra do Torreão é a sentinela mais avançada do grande planalto da Borborema, no sentido norte-oriental. É um iceberg solitário, com 145 metros de altura, de fácil escalação, recoberto de vegetação hipoxerófila, onde predominam, inclusive, palmeiras nativas chamadas de “coco-catolé” e cientificamente por siagrus coomosa, isoladas ou em densos agrupamentos. Há, também, euforbiáceas e mimosáceas, bem como a presença de exóticas, como a euphorbia tirucali, popularmente conhecida como “dedinho”  ou “avelóz”, que é utilizada localmente como cerca viva, com um látex terrivelmente cáustico que, segundo populares, tem poderes medicinais contra afecções benignas e malignas da pele. Em seu cimo, formado por uma calva granítica, conhecida como Pedra do Urubu, descortina-se uma belíssima paisagem. No seu sopé, há uma capelinha dedicada a São Sebastião, santo festejado efusivamente a 20 de janeiro pela população local que, após os atos litúrgicos, costuma subir a serra até o seu cimo.

 

Desde 1977, quando foi firmado um convênio entre a UFRN e a Prefeitura Municipal, na época administrada pelo prefeito Aldo Torquato, realizou-se importante estudo sobre a flora e a fauna da serra do Torreão, desde então considerada oficialmente o símbolo da cidade. O referido trabalho, chamado projeto Torreão, ocorreu de abril de 1977 até dezembro de 1978, com a aquisição de farto material zoológico, infelizmente perdido por falta de sua conservação, no âmbito da UFRN. Ainda dispõe-se de três livros de tombo, dois dos quais contendo relatórios e fotografias do projeto e um contendo toda a documentação fotográfica de uma exposição realizada na primeira semana de dezembro de 1977, durante a festa da padroeira local, Nossa Senhora Mãe dos Homens, na sala nobre do Colégio João XXIII. Cerca de 2.700 pessoas a visitaram, num acontecimento inédito para a região e para a própria cidade. Tais livros de tombo estão guardados na reserva técnica do Museu de História Natural do Seridó, na Estação Ecológica do Seridó, Serra Negra do Norte-RN, e tão logo se concretize um Museu de História Natural de João Câmara, para lá serão deslocados.

 

Posteriormente, do final da década de 80 para o início da década de 90,  houve tentativas fracassadas de recomeçar o Projeto Torreão, mas faltou o apoio tanto da UFRN quanto da própria prefeitura municipal.

A vegetação da serra do Torreão é composta de duas formações de caatinga. Uma,  é a caatinga hipoxerófila com uma vegetação de clima semi-árido, que apresenta arbustos e árvores com espinhos e de aspectos menos agressivos do que a caatinga hiperxerófila. Dentre as espécies, destacam-se a catingueira, angico, braúna, juazeiro, marmeleiro, mandacaru e aroeira. A outra formação é a caatinga hiperxerófila, que apresenta uma vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas mais espalhadas e  de porte mais baixo. Dentre outras espécies destacam-se nesse ambiente a jurema preta, o faveleiro, o marmeleiro, o xiquexique e  o facheiro.

 

Os solos predominantes na serra do Torreão são os seguintes: areias quartzosas distróficas com fertilidade natural baixa, textura arenosa, relevo plano, excessivamente drenado; podzólico vermelho amarelo, equivalente eutrófico, com fertilidade natural alta, textura média, relevo plano, moderada e imperfeitamente drenado, medianamente profundo; cambissolo eutrófico, com fertilidade natural alta, textura média, relevo plano, medianamente profundo.

 

As pesquisas realizadas pelo biólogo Adalberto Varela, da UFRN e coordenadas pelo professor José Aldo Monteiro, do grupo GENV, um dos entusiastas com o estudo e preservação da serra do Torreão, descobriram várias espécies desconhecidas na sua fauna rica de insetos aracnídeos, lagartos, serpentes, moluscos terrestres, aves e mamíferos. Ao todo, foram encontradas treze espécies de serpentes, mas a grande surpresa foi a descoberta de larvas de formiga-leão, da família dos neurópteros e uma espécie rara de escorpião preto, até então desconhecida da biologia, o Rhopalurus baixaverdensis que, por se tratar de uma espécie nova, recebeu o nome em homenagem à cidade.

Outra espécie rara, conhecida vulgarmente como  Lagarto Rex, de tamanho pouco superior a uma lagartixa e menor que um Tejuaçu, também é encontrada no local ,e somente nele, em toda a região do Mato Grande.

FONTE: http://www.cmjoaocamara.rn.gov.br/historia_serra_do_torreao.php

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